Ligas-me, e eu por segundos imagino a conversa e treino a compostura, recolho um soluço que me empata o ar, carrego um canino sobre o lábio inferior, quase sangro nem noto, e fecho a boca para que por ela não me saia, disparado, o coração aflito. Ligas-me, e eu não atendo, poupo-te ao embaraço e ao inferno das explicações, aos olás de circunstância, deixo que toques e toques e que vás por fim parar às mensagens. Ligas-me, e eu espero, desejo e espero, que despejes para um gravador o teu erro, o teu tédio, o teu gozo, os pedidos, as desculpas, as incríveis novidades do mundo ou, quem sabe, a precisão dos beijos empoeirados que esqueceste e deixaste em mim.
7.2.15
Ligas-me, e eu por segundos imagino a conversa e treino a compostura, recolho um soluço que me empata o ar, carrego um canino sobre o lábio inferior, quase sangro nem noto, e fecho a boca para que por ela não me saia, disparado, o coração aflito. Ligas-me, e eu não atendo, poupo-te ao embaraço e ao inferno das explicações, aos olás de circunstância, deixo que toques e toques e que vás por fim parar às mensagens. Ligas-me, e eu espero, desejo e espero, que despejes para um gravador o teu erro, o teu tédio, o teu gozo, os pedidos, as desculpas, as incríveis novidades do mundo ou, quem sabe, a precisão dos beijos empoeirados que esqueceste e deixaste em mim.
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